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O RH essencial para o negócio

O seu rh é centrado no cliente? Não é incomum vermos rhs apegados às suas ferramentas e serviços, focados em "vender" suas prioridades e ideias na agenda de gestão da empresa.

Já fiz isso, assumo, e talvez por essa razão, me sinto convidada a falar sobre esse tema aqui. Se pudermos aprender com o erro dos outros melhor, não é mesmo? Espero que esse texto sirva para algumas reflexões. E se fizer sentido, aqui vai também algumas dicas de como corrigir a rota.


Uma importante pista de como está a sua entrega de valor, é acompanhar o resultado das suas interações com as outras áreas. O quanto os líderes do negócio consomem os seus conteúdos e soluções? Ou o quanto ainda o C-level precisa entrar na jogada como sponsor de suas iniciativas? Não estou aqui dizendo que o patrocínio dos principais executivos da empresa não seja importante, mas deveria acender uma luz amarela quando se torna imprescindível.


Você concorda comigo que se o foco do RH, ao invés de concorrer, é de contribuir de fato para resolver as dores do negócio, estamos falando das mesmas prioridades? E isso por si só já diminui a necessidade de convencimento. Se o seu cliente sente uma dor e o que você propõe ajuda a resolver ou resolve essa dor, a chance de ele comprar a sua solução é enorme, não é mesmo? Isso vale muito para o mercado e não é à toa que tanto se fala em customer centric. Se essa lógica faz tanto sentido, por que não trazê-la para o back office? E de fato tratarmos as áreas e times como nossos clientes?


Quando o Uri Levine fala para nos apaixonarmos pelo problema e não pela solução, é isso. Essa obsessão pelo cliente evita que a gente inverta a lógica e se apegue demais ao processo. Nessa perspectiva, se você focar em resolver o principal problema e continuar focado na sua resolução , muito provavelmente você vai ter sucesso.


O primeiro passo para corrigir a rota é garantir o entendimento da estratégia do negócio e a partir dela, desdobrar os seus objetivos.


O segundo é sustentar o foco na estratégia. E isso é muito desafiador, porque a cada excelente nova ideia que surgir, e elas vão surgir, você tem que garantir que uma possível despriorização de algo que está rodando será feita porque a outra iniciativa entrega ainda mais valor. E não porque você se empolgou e se identificou com a nova solução. É desafiador também, porque historicamente o RH foi um tirador de pedidos, e por vezes, nos deixamos ainda levar por demandas triviais que surgem e competem com o que é essencial naquele momento.


Crescer dói, isso vale para as pessoas, isso vale para os negócios. Aceitar as dores do crescimento que a sua empresa está disposta a sentir em prol da escalada é fundamental para entregar valor. Ao invés de comprar uma briga, apoiando-se ao by the book ou aos benchmarks do mercado, adapte-se e jogue junto.


Definidas as prioridades, interaja com o seu cliente. Pergunte para entender o problema, veja os desafios a partir de diferentes perspectivas, e então, cocrie as soluções com os seus clientes. Não há mais espaço para o RH ficar no lugar de especialista julgando saber o que é melhor para os colaboradores.


Depois de desenhada a solução, rode um MVP. De preferência fazendo um piloto com um time. Fez sentido? Replique para outros ou para a empresa toda. Não fez? Ótimo, há oportunidades para repensar, desapegar e aprender um pouco mais. Lembre-se que o foco é no resultado, na entrega de valor para o negócio, e não no check de tarefas que você se propôs a fazer.


Seus processos já estão rodando? O cliente está satisfeito? Ou vocês vêem gargalos? Há espaço para melhorias? Que tal mapear possíveis desperdícios no processo? E aqui uma excelente dica é rodar um mapeamento de fluxo de valor.


Por fim, foque nos seus objetivos e nas necessidades atuais do negócio, mas não perca de vista os próximos horizontes. Mesmo que você tenha um time ideal (em volume e skills), capaz de endereçar simultaneamente várias frentes, você terá que priorizar o que será feito. E aqui você pode se valer do framework dos 3 horizontes de inovação, se continuar a analogia de tratar as outras áreas como seus clientes.


Invista 70% da sua energia naquilo que mantém vocês no jogo. O objetivo aqui é o curto prazo. Por exemplo, contratar pessoas para um time que entregará uma nova funcionalidade do produto. É urgente e muito importante para o negócio.


Coloque 20% da sua capacidade produtiva no horizonte dois. Na ponte que levará o RH a resolver outros problemas e ampliar seu portfólio de soluções. Aqui os MVPs são bem vindos!!


Por fim, longe de ser por importância, dedique um tempo de qualidade, cerca de 10%, para pensar verdadeiras disrupções na forma como vocês vêm fazendo as entregas, imaginando modelos que podem, inclusive, fazer com que o RH deixe de existir.


E o mais importante de tudo, lembre-se que a velocidade e a imprevisibilidade das mudanças no mercado, nos negócios e nos times, podem fazer com que você tenha que mudar de ideia, corrigir um pouco o rumo ou pivotar de vez, exigindo uma verdadeira revolução.

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